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Piquetes impediram o debate democrático, diz Knobel

Por causa de manifestações convocadas pelo Sindicado dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp) e Diretório Central dos Estudantes (DCE), a reunião ordinária do Conselho Universitário (Consu) da Universidade, que ocorreria na manhã desta terça-feira (29), foi cancelada. Manifestantes promoveram piquetes diante das portas que dão acesso ao prédio da Secretaria Geral (SG), onde está localizada a sala do Consu, impedindo a entrada dos conselheiros. Assim, o reitor Marcelo Knobel, que preside o órgão colegiado, foi obrigado a abrir a sessão e a encerrar em seguida devido à falta de quórum. Entre os assuntos que seriam analisados pelo Conselho estava a proposta de reajuste salarial de 1,5% para docentes e servidores técnico-administrativos.

Ainda pela manhã, a postura dos manifestantes também foi condenada por um grupo de 26 integrantes do Consu, que divulgou uma moção na qual “repudiou com veemência” a obstrução à sala do órgão. “Tratou-se de um constrangimento sem precedentes no passado recente deste Conselho, incompatível com um ambiente acadêmico onde deve prevalecer a livre discussão de ideias e posições”, afirmou o texto.

O cancelamento da reunião do Consu em razão do ato realizado pelos manifestantes, também levou o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP) a suspender a reunião com o Fórum das Seis, previamente agendada para 30 de maio, "até que o Consu da Unicamp tenha condições de apreciar a proposta do CRUESP para o reajuste salarial".

O reitor Marcelo Knobel lamentou profundamente a postura dos manifestantes, que classificou de truculenta e que que obstruiu o debate democrático sobre este e outros assuntos contidos na pauta do Consu. “É condenável esse tipo de atitude, que impediu que questões de interesse da Unicamp como um todo fossem analisadas”, afirmou o dirigente. Um dos reflexos da manifestação, lembrou o reitor, é o prejuízo ao conjunto de docentes e funcionários, que ficarão sem receber o reajuste proposto já no mês de junho.

Foto: Perri

O reitor Marcelo Knobel: piquetes impediram que assuntos de interesse da Universidade fossem discutidos

“Nós seguramos o fechamento da folha de pagamento, na expectativa de que o reajuste fosse homologado pelo Consu, que é o órgão máximo deliberativo da instituição. Como isso não ocorreu, ficamos impedidos de conceder o índice, o que significa que todos os nossos servidores docentes e não docentes ficarão sem recebê-lo neste instante”. A Deliberação Consu-A-020/2017 (Artigo 1º, Parágrafo 1º, Item IX) determina que todas as propostas de aumento salarial apresentadas pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) devem ser submetidas à aprovação dos conselheiros por implicar aumento perene de despesas orçamentárias.

Além desse item, a pauta da reunião também continha outros assuntos importantes, como a proposta de criação do curso de Engenharia de Transportes por parte da Faculdade de Tecnologia (FT), localizada em Limeira. De acordo com Knobel, apesar da postura radical dos manifestantes, a Administração Central continua aberta ao diálogo, como sempre esteve. Antes do cancelamento da reunião, a Reitoria recebeu uma comissão formada por representantes de professores, funcionários e alunos para conversar sobre a importância da realização da sessão do Consu, mas a despeito de todas as ponderações, os piquetes continuaram.

Piquetes impediram o debate democrático, diz Knobel